Veículos de carga brasileiros tem idade média de 9 anos, diz pesquisa
Valor 23/09
BRASÍLIA – Os veículos de carga que transitam nas principais rodovias brasileiras têm a média de quase nove anos de idade (8,9 anos), segundo dados da primeira fase da Pesquisa Nacional de Tráfego. O levantamento, divulgado hoje pelo Ministério dos Transportes, indicou que a média de idade dos ônibus é de 8,4 anos, enquanto a dos veículos de passeio e das motos é de 5,6 anos e 4,4 anos, respectivamente.
A pesquisa primeira fase da pesquisa, realizada na semana dos dias 23 a 30 de maio, contou com 22 postos de contagem, onde foi registrada a passagem de mais de 1,6 milhão de veículos e feitas entrevistas com 125 mil condutores. O trabalho de campo foi realizado por equipes do Exército.
Do total de viagens registradas, 53,3% (865 mil) eram de veículos de passeio, 38,4% (623 mil) de veículos de carga, incluindo caminhões leves e pesados com e sem carrocerias, 5,5% (89 mil) de motos e 2,8% (45 mil) de ônibus. A primeira fase da pesquisa abrangeu 16 rodovias federais, em 11 estados.
O ministério informou que a segunda etapa da pesquisa será realizada entre a meia noite desta sexta-feira (23) e a meia noite do dia 30 de setembro. Esta fase do levantamento contará 120 postos de contagem instalados em trechos das rodovias federais, abrangendo as cinco regiões do País e 24 estados. O trabalho envolverá cinco mil militares que farão a contagem e classificação durante as 24 horas dos sete dias.
Índice de emissão de CO² em carros é oito vezes maior que em ônibus
Por Thiago Resende Valor BRASÍLIA - A emissão de dióxido de carbono (CO²) por passageiro é quase oito vezes maior em automóveis leves do que em ônibus e 36 vezes superior aos índices registrados em metrôs, informa a publicação “Poluição Veicular Atmosférica”, divulgada há pouco pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Diante desse resultado, a pesquisa constata, no Dia Mundial sem Carro, sem surpresa, que o controle da emissão dos gases causadores do efeito estufa depende de “estimular o uso do transporte público coletivo nos deslocamentos cotidianos da população”.
O levantamento do Ipea dividiu os poluentes em dois tipos: locais, quando o impacto maior é no entorno da emissão; e globais, quando os gases atingem a atmosfera e impactam todo o planeta. O índice de emissão de poluentes locais (fuligem, monóxido de carbono, óxido de enxofre) vem se reduzindo desde 1990 e, segundo o Ipea, deve continuar recuando até 2020. Esse fenômeno é resultado de “políticas de controle veicular”, que incentivaram aumento e eficiência dos motores de carros e motos.
Entretanto, a pesquisa mostra que a emissão de poluentes globais, especialmente gases de efeito estufa, como o CO², não recuou, já que tem havido forte crescimento da quantidade de veículos nas ruas das cidades brasileiras. O Ipea conclui que “dificilmente” a indústria conseguirá aumentar a eficiência dos motores ainda mais e, portanto, “o cenário de inversão da queda de emissões totais dos poluentes locais torna-se bastante provável face ao aumento da frota e dos congestionamentos urbanos”.
Nos últimos 15 anos, segundo o estudo, a frota de automóveis cresceu 7% ao ano; a de motocicletas, 15%; e a demanda por transporte público recuou cerca de 30% no período. A mudança é, segundo o Ipea, reflexo de políticas do governo para incentivar o mercado automotivo.
A taxa de motorização no país é de 15 carros para cada 100 habitantes, considerada baixa pelo Ipea.
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